Uma coluna da revista KOBÁ assinada pelo Babalawô Ivanir dos Santos
Prestemos atenção no que o baba tem para ensinar. Colunista que assina a Baba responde, o Professor Doutor Babalawô Ivanir dos Santos é autor do livro Marchar não é caminhar: interfaces políticas e sociais das religiões de matriz africana no Rio de Janeiro", Pós-Doutor em História Comparada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (PPGHC/UFRJ), pesquisador e coordenador de área de pesquisa no Laboratório de História das Experiências Religiosas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LHER/UFRJ), membro da Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) e conselheiro de estratégia do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (CEAP). Em 2019, recebeu um prêmio do Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos pela sua atuação na luta contra a intolerância às religiões de matrizes africanas no Brasil. Em toda edição, o professor responde dúvidas sobre religiosidades de matrizes africanas.
KOBÁ | O sincretismo é algo que deve ser desmistificado nos dias atuais?
BABALAÔ IVANIR DOS SANTOS | Bom, acredito que o sincretismo precisa ser ressignificado e não desmistificado. Penso dessa forma a partir das ideias propostas pelo escritor James Scott, onde o autor fala das práticas de subversão como um ato de resistência contra as imposições coloniais. Tais práticas são chamadas pelo autor como “discurso oculto”. E em certa medida o “sincretismo” foi uma prática de resistência em um período em que cultuar e promover as culturas negras proibidas.
KOBÁ | O Brasil é um país muito rico culturalmente. O sincretismo, fundamentado há anos em diferentes tradições, pode ser observado por diferentes perspectivas. Atualmente, existe a possibilidade do sincretismo ser reduzido dentro das religiões?
BABALAÔ IVANIR DOS SANTOS | Acredito que buscar uma “pureza” religiosa, seja em qualquer prática religiosa, não é algo fácil de promover ou de se colocar em prática. E não falo isso pensando apenas no Brasil! Aqui as nossas esculturas foram forjadas no “entro” entre as culturas indígenas, africanas e católica portuguesa e nós somos esse reflexo! É óbvio que quando estou pontuando uma possível “pureza” religiosa não estou dizendo sobre as suas características específicas. Mas sim do entrelaçamento com o qual as nossas culturas foram inventadas. (...)
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